O diferença da poupança-reforma da UE persiste, com mais de um terço dos inquiridos a não poupar para a sua reforma, de acordo com os resultados do segundo inquérito Pan-Europeu às  pensões  da Insurance Europe.  

 

Em 1 de Dezembro, como parte da Semana Europeia da Reforma, a Insurance Europe apresentou os resultados do seu segundo inquérito pan-europeu sobre pensões. Neste inquérito, a Insurance Europe perguntou aos cidadãos europeus sobre as suas opiniões e preferências em matéria de pensões. Nesta ocasião, foram entrevistadas mais de 16.000 pessoas em 16 países da União Europeia, incluindo Portugal.

 

RESULTADOS DO INQUÉRITO

 

Os resultados mais relevantes do inquérito sobre as pensões são os seguintes: 

– 30% dos europeus que não poupam para a reforma, não o fazem porque não têm dinheiro para isso. Em Espanha, esta percentagem é muito semelhante a 31%. 

– Quase um quinto dos inquiridos considera que a COVID-19 tem tido um impacto negativo nas suas poupanças de reforma.

– 83% dos inquiridos na Europa preferem estar confiantes de que irão pelo menos recuperar o dinheiro investido para a sua reforma, mesmo que isso signifique um retorno mais modesto, em comparação com 17% dos inquiridos que preferem correr maiores riscos em troca de um possível retorno mais elevado. 

– Quando questionados sobre que aspeto (por exemplo, garantias, custos, devoluções, riscos, métodos de cobrança, etc.) consideram mais relevante na escolha de um produto de pensão, 49% dos inquiridos dizem que a segurança (garantia) das suas poupanças de reforma é de longe a sua prioridade mais importante. 

 

RECOMENDAÇÕES DA INSUROPE 

 

As seguradoras, como principais fornecedores de produtos de pensões, estão empenhadas em trabalhar com os decisores políticos para colmatar a persistente lacuna de poupança-reforma da UE. Num contexto em que a pandemia da COVID-19 alargou ainda mais o fosso existente em matéria de pensões, a Insurope faz as seguintes recomendações:

 

– É vital aumentar a consciência da necessidade de poupar para a reforma e melhorar os níveis de educação financeira para que as pessoas possam tomar as decisões mais adequadas às suas próprias circunstâncias. A Insurope apoia as recentes abordagens da UE à informação digital sobre pensões e congratula-se com as discussões em curso no contexto da União Europeia dos Mercados de Capitais sobre o papel dos serviços de monitorização de pensões.

– O inquérito confirma a necessidade de políticas de pensões centradas no consumidor, com base em provas das exigências e necessidades dos utilizadores, pelo que qualquer iniciativa deve ser sempre sujeita a testes rigorosos por parte dos consumidores.

– Existe uma clara apetência pela proteção oferecida pelas garantias financeiras, anuidades e cobertura biométrica tradicionalmente fornecida pelas seguradoras. É essencial que a regulamentação, e em particular o quadro prudencial Solvência II, não impeça as seguradoras de cumprirem o seu importante papel no tratamento do défice de poupança-reforma.

– O inquérito confirmou a diversidade inerente da poupança-reforma na Europa. As pensões vêm de várias formas e são influenciadas por uma vasta gama de fatores. Como resultado, não há uma abordagem de tamanho único para enfrentar todos os desafios.

 

Os resultados deste inquérito refletem definitivamente o desafio significativo que enfrentamos para garantir rendimentos suficientes na reforma, e o papel das seguradoras como fornecedores de pensões garantidas a longo prazo é fundamental para enfrentar o desafio de complementar a reforma dos sistemas públicos de pensões.